SILASAFEY

ALTAR-BLOG onde oferendas-texto são feitas às 7 direções



Divindade Pessoal






Esta parte do altar virtual é dedicada à Silasafey, meu Deus(a) interior. De tempos em tempos postarei aqui algumas oferendas em seu nome.

Para acessar mensagens escritas sob sua influência e inspiração, basta ler o twitter que abri em seu nome, também uma espécie de altar-twitter, mas ao invés de servir para fazer oferendas, serve como canal para que sua "voz" se manifeste. 


Assim como as demais postagens deste altar, esta sofrerá alterações constantemente, de modo que sempre hajam apenas 7 postagens, uma para cada heptante, nem mais nem menos do que isso. Espero colocar ao menos uma oferenda a uma dessas direções por semana, além de uma fala diária de Silasafey em seu twitter-daemon.

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   As referências nas imagens que iniciam e fecham o centro deste altar dizem respeito a como percebo meu Deus interior. Sua pele é azul e há nele uma certa delicadeza mesclada com uma atitude guerreira, ainda que de uma forma serena e discreta. A pele azul e os traços delicados lembram de fato Khrishna e outras divindades azuladas que se vê no panteão hindu, mas a parte guerreira lembra mais um samurai e mesmo um buda, como o mostrado ao fim do post. 

    Na tradição ocultista, o nome da divindade pessoal deve ser mantido em segredo. Mas após algumas sessões de meditação senti a inspiração de Silasafey me guiando para este caminho. A forma como a magia é aprendida e ensinada deve mudar. O primeiro passo é esse, mudar a forma dos altares, a forma dos sacrifícios, e principalmente, a forma de se lidar com o Deus pessoal, o qual gosto de chamar de Daemon (como Sócrates antes de mim). Nada de mantê-lo em segredo. Daemons devem ser expostos, fincados na teia da existência. 

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Athame
 
Fincado em latejante rubi não mais!
Entardece feito espada
De muitas forças constituída a lâmina:

Singelo olhar vedado
de silêncio que abre a caixa de si
No relâmpago feito altar

Corta banalidades 
em toda parte assentadas
qual cinzas de um vulcão
que queima noite
dia adentro

Dos cortes sangue não derrama
mas música aos litros
Na cicatriz a forma de um sorriso 
denso nos céus

A sua estrela 
Em algum lugar de toda parte




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!AW!EN!







Vida




  Aqui, no heptante leste, eu invoco as forças da Vida. Não, não gosto de nomea-las, nem com nome de Deuses, entidades ou o que seja. A vida é a vida. E quando a invoco não o faço com palavras, eu apenas vivo, contemplando simultâneamente este viver.

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   A primeira coisa que deixarei nesse altar é este link aqui:







Trata-se de meu blog original. Uma mesa farta de oferendas minhas ao viver, e no qual certamente deixarei também um link para este altar.


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   Definitivamente é suspeito ver um pagão tuathano como eu citando um padre, principalmente em meu altar virtual. Só acho que não se deve generalizar as escolhas das pessoas quanto á religião. Existem cristãos carrascos e também existem os gente-boas, como não? Mas enfim, que essa citação deixe claro este fato: Ao contrário de nossos amigos monoteístas, nós politeístas aceitamos e nos divertimos com a idéia da diversidade religiosa. 

    Agora voltando ao Frei Beto. Não sei muito da sua história. Só sei que seus textos (publicados toda quinta-feira no jornal Estado de Minas, de onde tirei esse fragmento) costumam encerrar uma visão política afiada e esclarecida, além de uma boa dose de sabedoria (sim, meus caros, este padre é mesmo sábio). Pois que os seres vivos pensantes possam apreciar este sujeito, que parece sempre escrever em prol do mais vivo pensamento.


FREI BETTO
Oráculos da verdade


O filósofo alemão Emmanuel Kant não anda muito em moda. Sobretudo por ter adotado em suas obras uma linguagem hermética. Porém, num de seus brilhantes textos – O que é o Iluminismo? – sublinha um fenômeno que, na cultura televisual que hoje impera, se torna cada vez mais generalizado: as pessoas renunciam a pensar por si mesmas. Preferem se colocar sob proteção dos “oráculos da verdade”: a revista semanal, o telejornal, o patrão, o chefe, o pároco ou o pastor.


Esses os guardiões da verdade, que, bondosamente, velam para não nos permitir incorrer em equívocos. Graças a seus alertas sabemos que as mortes de terroristas nas prisões made in USA de Bagdá e Guantánamo são apenas acidentes de percurso comparadas à morte de um preso comum, disfarçado de político, num hospital de Cuba, em decorrência de prolongada greve de fome.


São eles que nos tornam palatáveis os bombardeios dos EUA no Iraque e no Afeganistão, dizimando aldeias com crianças e mulheres, e nos fazem encarar com horror a pretensão do Irã de fazer uso pacífico da energia nuclear, enquanto seu vizinho Israel ostenta a bomba atômica.


São eles que nos induzem a repudiar o MST em sua luta por reforma agrária, enquanto o latifúndio, em nome do agronegócio, invade a Amazônia, desmata a floresta e utiliza mão de obra escrava.


É isso que, na opinião de Kant, faz do público Hausvieh “gado doméstico”, arrebanhamento, de modo que todos aceitem, resignadamente, permanecer confinados no curral, cientes do risco de caminhar sozinhos.


Kant aponta uma lista de oráculos da verdade: o mau governante, o militar, o professor, o sacerdote etc. Todos clamam “não pensem!”, “obedeçam!”, “paguem!”, “creiam!”. O filósofo francês Dany-Robert Dufour sugere incluir o publicitário, que, hoje, ordena ao rebanho de consumidores: “Não pensem! Gastem!”.


Tocqueville, autor de Da democracia na América (1840), opina em seu famoso livro que o tipo de despotismo que as nações democráticas deveriam temer é exatamente sua redução a “um rebanho de animais tímidos e industriosos”, livres da “preocupação de pensar”.


O velho Marx, que anda em moda por ter previsto as crises cíclicas do capitalismo, assinalou que elas decorreriam da superprodução, o que de fato ocorreu em 1929. Mas não foi o que vimos em 2008, cujos reflexos perduram. A crise atual não derivou da maximização da exploração do trabalhador, e sim da maximização da exploração dos consumidores. “Consumo, logo existo”, eis o princípio da lógica pós-moderna.


Para transformar o mundo num grande mercado, as técnicas do marketing contaram com a valiosa contribuição de Edward Bernays, duplo sobrinho estadunidense de Freud. Anna, irmã do criador da psicanálise e mãe de Bernays, era casada com o irmão de Martha, mulher de Freud. Os livros deste foram publicados pelo sobrinho nos EUA. Já em 1923, em Crystallizing public opinion, Bernays argumenta que governos e anunciantes são capazes de “arregimentar a mente (do público) como os militares o fazem com o corpo”.


Como gado, o consumidor busca sua segurança na identificação com o rebanho, capaz de homogeneizar seu comportamento, criando padrões universais de hábitos de consumo por meio de uma propaganda libidinal que nele imprime a sensação de ter o desejo correspondido pela mercadoria adquirida. E quanto mais cedo se inicia esse adestramento ao consumismo, tanto maior a maximização do lucro. O ideal é cada criança com um televisor no próprio quarto.


Para se atingir esse objetivo, é preciso incrementar uma cultura do egoísmo como regra de vida. Não é por acaso que quase todas as peças publicitárias se baseiam na exacerbação de um dos sete pecados capitais. Todos eles, sem exceção, são tidos como virtudes nessa sociedade neoliberal corroída pelo afã consumista.


A inveja é estimulada no anúncio da família que tem um carro melhor que o de seu vizinho. A avareza é o mote das cadernetas de poupança. A cobiça inspira as peças publicitárias, do último modelo de telefone celular ao tênis de grife. O orgulho é sinal de sucesso dos executivos assegurados por planos de saúde eterna. A preguiça fica por conta das confortáveis sandálias que nos fazem relaxar ao sol.


A luxúria é marca registrada dos jovens esbeltos e das garotas esculturais que desfrutam vida saudável e feliz ao consumir bebidas, cigarros, roupas e cosméticos. Enfim, a gula envenena a alimentação infantil na forma de chocolates, refrigerantes e biscoitos, induzindo a crer que sabores são prenúncios de amores.


Na sociedade neoliberal, a liberdade se restringe à variedade de escolhas consumistas; a democracia, em votar nos que dispõem de recursos milionários para bancar a campanha eleitoral; a virtude, em pensar primeiro em si mesmo e encarar o semelhante como concorrente. Esta a verdade proclamada pelos oráculos do sistema.


Frei Betto é escritor, autor de Um homem chamado Jesus (Rocco), entre outros livros.


Comentário: Não parafraseiem apenas, escrevam suas frases! Não se limitem a opinião de autoridades (sejam quais forem), produza também a sua opinião! Não se esconda por trás de livros e reportagens, ou mesmo ideologias, profissões. Aprendamos a deixar a alma á mostra! Bunchur!


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Deuses do Norte


  


      Deuses(as) das tribos do Norte. Celtas, sumérios, nórdicos. Por um lado é genérico assim mesmo, por outro existem meus favoritos, dos quais falarei mais a respeito em breve. Aliás, é uma boa idéia. Cada oferenda será a íntima descrição de Deusas(es) com os quais mais me afinizo.

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Tiamat





   Sagrados Deuses do norte (e àqueles que também depositam oferendas ou interesse nesse altar virtual), saibam que o texto abaixo foi retirado da boa e não tão velha Wikipedia. Ao final teço alguns comentários.

Tiamat é uma deusa das mitologias babilônica e sumérica. Na maioria das vezes Tiamat é descrita como uma Serpente do Mar ou um Dragão mas nenhum texto foi encontrado nos quais contenham uma associação clara com essas criaturas.

No Enuma Elish sua descrição física contém, uma cauda (rabo), coxas, "partes baixas", abdômen, tórax, pescoço e cabeça, olhos, narinas, boca e lábios. E por dentro coração, artérias e sangue.
Contudo há uma etimologia semita que pode ajudar a explicar por que Tiamat é descrita como uma serpente. No mito fragmentado "Astarte e o Tributo do Mar" no inglês Astarte and the Tribute of the Sea, há uma menção de "Ta-yam-t" o que parece ser uma referência de uma serpente (*Ta - *Tan) marítima (*Yam). Se tal etimologia estiver correta irá explicar a conexão entre Tiamat e Lotan (Lo-tan, Leviathan)[1].

Apesar do Enuma Elish descrever que Tiamat deu à luz dragões e serpentes, são incluídos entre eles uma grande lista de monstros como homens escorpiões e as sereias. Porém, nenhum texto diz que eles se parecem com a mãe ou se limitam a criaturas aquáticas.
Inicialmente, quando o mundo cultuava divindades femininas com suas várias faces, Tiamat era adorado como a mãe dos elementos. Tiamat foi responsável pela criação de tudo que existe. Os deuses eram seus filhos, netos e bisnetos.

Mitologia

O deus Ea (Enki - Eä), acreditava que Apsu se elevou, com o caos que eles criaram, e estavam planejando assassinar os deuses mais novos; e então Ea o matou. Isso enraiveceu Kingu - filho de Tiamat e Apsu - o qual reportou o fato a Tiamat, que criou mais monstros para batalhar contra os deuses. Tiamat possuía as Tábuas do Destino e na batalha decisiva ela as deu a Kingu, o qual era seu filho e líder dos exércitos de Tiamat. Os deuses ficaram desesperados, mas Marduk (Anu - filho de Eä), fez uma promessa de que seria reverenciado como "Rei dos Deuses". Ele batalhou contra Tiamat, armado com flechas do Vento, uma rede, um cajado e sua Lança Invencível.
E o senhor prevaleceu sobre o corpo machucado de Tiamat
E com seu cruel cajado esmagou sua cabeça
Ele cortou as veias por onde passavam seu sangue
E fez o vento do norte correr por lugares secretos
Cortando Tiamat ao meio, fez de seu tórax o vácuo entre o céu e a terra. Seus olhos de lágrimas se tornaram a fonte do Rio Eufrates e Tigre. Com a permissão dos outros deuses eles tomaram as tabletas do destino de Kingu, instalando-se como o cabeça do Templo Babilônico. Kingu foi capturado e posteriormente assassinado, e seu sangue vermelho foi misturado com a terra vermelha criada do corpo de Tiamat, para então formar o corpo da humanidade. Criado para agir como servos dos deuses mais novos.

Comentários: Sinceramente não sei se Tiamat, a Mãe de Todos os Deuses, era um dragão, serpente ou uma criatura tão grotesca quanto descrevem. Desconfio, pois o que sobrou a seu respeito, no Enuma Elish (versão em inglês presente no Wikipedia e traduções fácilmente encontradas no google), trata-se na verdade da versão do vencedor e de toda uma nova leva de Deuses machistas liderados por Marduk. Agora, se quiser exemplo melhor para a crueldade e ignorância deste que foi considerado então o Rei dos Deuses, não encontro lugar melhor do que neste antigo manuscrito. Quer mais crueldade misógina do que matar a Mãe dos Deuses, rasgar seu corpo inteiro e transformar suas entranhas no universo?

Gosto mais de imaginar Tiamat antes do sombrio período imposto por Marduk e seus seguidores. Quando sua autoridade e popularidade certamente não tinham par nos tempos áureos da civilização suméria. É difícil imaginar, eu sei, mas a violência descrita no Enuma Elish é comparável com a forma como ele foi imposta, num desespero que para mim só deixa mais claro o quanto Tiamat; Deusa, fêmea, mãe dos Deuses e dos elementos; deveria ser poderosa em seu auge. Seu nome provavelmente estava na boca de todos, e o nascimento de futuros novos Deuses(as) estaria garantido enquanto ela reinasse. 

Salve Tiamat! Mãe dos Deuses, dos elementos, da criatividade, da imaginação, do caos que faz nascer... Seja bem vinda de volta!!! 

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ANÚBIS (Anpu)




 "Nós, os Chacais, sacerdotes de Anúbis, somos os guardiães de suas tumbas gloriosas ou sepulturas humildes. Somos os guardiães dos mortos. Somos os servos de Anúbis. Somos a Cinópolis."

Capítulo dos Mortos, Livro de Maat
  
Anúbis, também conhecido como Anupu, ou Anupo e cujo nome hieroglífico é traduzido mais propriamente como Anpu, é o antigo deus egípcio da morte e dos moribundos, por vezes também considerado deus do submundo. 

Conhecido como deus do embalsamamento, presidia às mumificações e era também o guardião das necrópoles e das tumbas. Os egípcios acreditavam que no julgamento de um morto era pesado seu coração e a pena da verdade (como podemos ver em muitas gravuras egípcias). Caso o coração fosse mais pesado que a pena, sua alma era destruída para todo sempre, mas caso fosse mais leve, a pessoa em questão poderia ter acesso ao paraíso. Anubis era quem guiava a alma dos mortos no Além.

Os sacerdotes de Anúbis, chamados "stm", usavam máscaras de chacais durante os rituais de mumificação. Anúbis é uma das mais antigas divindades da mitologia egípcia e seu papel mudou à medida que os mitos amadureciam, passando de principal deus do mundo inferior a juiz dos mortos, depois que Osíris assumiu aquele papel.

A associação de Anúbis com chacais provavelmente se deve ao fato de estes perambularem pelos cemitérios. O Anúbis era pintado de preto, por ser escura a tonalidade dos corpos embalsamados. Apesar de muitas vezes identificado como "sab", o chacal, e não como "iwiw", o cachorro, ainda existe muita confusão sobre qual animal Anúbis era realmente. 

Alguns egiptólogos se referem ao "animal de Anúbis" para indicar a espécie desconhecida que ele representava. Se você comparar com fotos do Google, Anúbis tinha a cabeça de um cão da raça Pharaoh Hound. As cidades dedicadas a Anúbis eram conhecidas pelo grande número de múmias e até por cemitérios inteiros de cães.

A sua mãe é Néftis, que durante uma briga com o marido Seth passou-se por Isis e teve relações com Osíris. Anúbis é pai de Qeb-hwt, também conhecido como Kebechet.

Comentário: Sim, alguém precisa cuidar destes aspectos da natureza. Geralmente as pessoas pensam em Deus como uma criatura iluminada completamente branca e soltando arco-iris pelos dedos. Mas a verdade é que existem partes da existência que definitivamente não apresentam essa aparência. 

   O mundo dos mortos, dos embalsamamentos, dos moribundos certamente não tem essa cara tão angelical. Pois bem, Anpu tem essa cara e é certamente muito poderoso e útil, pois pode abreviar e dar conforto nos momentos finais daqueles que estão sofrendo entre os dois mundos, bem como guiar os espíritos que chegam confusos do outro lado. Certamente é o Deus dos coveiros e de todos os que lidam com a transição e o tráfico entre a vida e a morte. Eis Anúbis (Anpu)! Salve!!!





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Ísis (Auset)



"Eu sou tudo o que foi, é, e será, e meu véu nenhum mortal levantou até agora."
Ísis (em egípcio: Auset) foi uma deusa da mitologia egípcia, cuja adoração se estendeu por todas as partes do mundo greco-romano. Foi cultuada como modelo da mãe e da esposa ideais, protetora da natureza e da magia. Era a amiga dos escravos, pescadores, artesãos, oprimidos, assim como a que escutava as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes. Ísis é a deusa da maternidade e da fertilidade.
Os primeiros registros escritos acerca de sua adoração surgem pouco depois de 2500 a.C., durante a V dinastia egípcia. A deusa Ísis, mãe de Horus, foi a primeira filha de Geb, o deus da Terra, e de Nut, a deusa do Firmamento, e nasceu no quarto dia intercalar. Durante algum tempo Ísis e Hator ostentaram a mesma cobertura para a cabeça. Em mitos posteriores sobre Ísis, ela teve um irmão, Osíris, que veio a tornar-se seu marido, tendo se afirmado que ela havia concebido Horus. Ísis contribuiu para a ressurreição de Osiris quando ele foi assassinado por Seth. As suas habilidades mágicas devolveram a vida a Osíris após ela ter reunido as diferentes partes do corpo dele que tinham sido despedaçadas e espalhadas sobre a Terra por Seth. Este mito veio a tornar-se muito importante nas crenças religiosas egípcias.
Ísis também foi conhecida como a deusa da simplicidade, protetora dos mortos e deusa das crianças de quem "todos os começos" surgiram, e foi a Senhora dos eventos mágicos e da natureza. Em mitos posteriores, os antigos egípcios acreditaram que as cheias anuais do rio Nilo ocorriam por causa das suas lágrimas de tristeza pela morte de seu marido, Osíris. Esse evento, da morte de Osíris e seu renascimento, foi revivido anualmente em rituais. Consequentemente, a adoração a Ísis estendeu-se a todas as partes do mundo greco-romano, perdurando até à supressão do paganismo na Era Cristã.

As origens do seu culto são incertas, mas acredita-se ser oriundo do delta do Nilo. Entretanto, ao contrário de outras divindades egípcias, não teve desse culto centralizado em nenhum ponto específico ao longo da história da sua adoração. Isto pode ser devido à ascensão tardia de seu culto. As primeiras referências a Ísis remontam à V dinastia egípcia, período em que são encontradas as primeiras inscrições literárias a seu respeito, embora o culto apenas venha a ter tido proeminência ao final da história do antigo Egipto, quando se iniciou a absorção dos cultos de muitas outras deusas com centros de culto firmemente estabelecidos. Isto ocorreu quando o culto de Osíris se destacou e ela teve um papel importante nessa crença. Eventualmente, o seu culto difundiu-se além das fronteiras do Egito.
Durante os séculos de formação do cristianismo, a religião de Ísis obteve conversos de todas as partes do Império Romano. Na própria península Itálica, a fé nesta deusa egípcia era uma força dominante. Em Pompéia, as evidências arqueológicas revelam que Ísis desempenhava um papel importante. Em Roma, templos e obeliscos foram erguidos em sua homenagem. Na Grécia Antiga, os tradicionais centros de culto em Delos, Delfos e Elêusis foram retomados por seguidores de Ísis, e isto ocorreu no norte da Grécia e também em Atenas. Portos de Ísis podiam ser encontrados no mar Arábico e no mar Negro. As inscrições mostram que possuía seguidores na Gália, na Espanha, na Panónia, na Alemanha, na Arábia Saudita, na Ásia Menor, em Portugal, na Irlanda e muitos santuários mesmo na Grã-Bretanha.[4] isis representa o amor , a magia e os misterios da região.
A maioria das divindades egípcias surgiu pela primeira vez como cultos muito localizados e em toda a sua história mantiveram os seus centros locais de culto, com a maioria das capitais e cidades sendo amplamente conhecidas como lar dessas divindades. Ísis foi, em sua origem, uma divindade independente e popular estabelecida em tempos pré-dinásticos, anteriormente a 3100 a.C., em Sebennytos no delta do Nilo.[2]

No Egito, existiram três grandes templos em homenagem a Ísis:
Na ilha de Filas, no Alto Nilo, o culto a Ísis e Osíris persistiu até ao século VI, ou seja, muito tempo após a ascensão do Cristianismo e a subseqüente supressão do paganismo. O decreto de Teodósio (c. de 380) determinando a destruição de todos os templos pagãos, não foi aplicada em Filas até ao governo de Justiniano. Essa tolerância foi devido a um antigo tratado celebrado entre os Blemyes-Nobadae e Diocleciano. Todos os anos, eles visitavam Elefantina e, em determinados períodos levavam a imagem de Ísis rio acima para a terra dos Blemyes para fins divinatórios, devolvendo-a em seguida. Justiniano enviou Narses para destruir os santuários, prender os sacerdotes e arrestar as imagens sagradas para Constantinopla.[5] Filas foi o último dos antigos templos egípcios a ser fechado.
Eventualmente templos a Ísis começou a se difundir além das fronteiras do Egito. Em muitos locais, em especial em Biblos, o seu culto assumiu o lugar da deusa semita Astarte, aparentemente pela semelhança entre os seus nomes e atributos. À época do helenismo, devido aos seus atributos de protetora e mãe, assim como ao seu aspecto luxurioso, adquirido quando ela incorporou alguns dos aspectos de Hathor, ela tornou-se padroeira dos marinheiros, que difundiram o seu culto graças aos navios mercantes que circulavam no mar Mediterrâneo.
 
Através do mundo greco-romano, Ísis tornou-se um dos mais significativos mistérios, e muitos autores clássicos fazem referência, em suas obras, aos seus templos, cultos e rituais. Templos em sua homenagem foram erguidos na Grécia e em Roma, tendo sido colocado a descoberto um bem preservado exemplar em Pompéia.
Da mesma forma, a deusa árabe "Al-Ozza" ou "Al-Uzza" (em árabe, العُزّى - al ȝozza), cujo nome é semelhante ao de Ísis, acredita-se que seja uma manifestação sua. Isso, porém, é entendido apenas com base na semelhança entre os nomes.
Existem 3 templos feitos para a adoração de isis. Pouca informação chegou até nós acerca dos antigos rituais egípcios. Entretanto é claro que os oficiantes de seus cultos foram sacerdotes e sacerdotisas ao longo de sua história. Até ao período greco-romano, muitos deles eram curadores e teriam exercido outros poderes especiais, incluindo a interpretação dos sonhos e a capacidade de controlar o tempo atmosférico, o que faziam através de tranças ou penteados nos cabelos. Esta última habilidade era conceituada, uma vez que os antigos egípcios consideravam que os nós tinham poderes mágicos.

Por causa desta associação entre nós e poder mágico, um símbolo de Ísis foi o "tiet" ou tyet (com o significado de "bem-estar"/"vida"), também denominado como "Laço de Ísis", "Fivela de Ísis" ou "Sangue" de Ísis. Em muitos aspectos, o "tiet" se assemelha a uma cruz Ankh, exceto que os seus braços apontam para baixo e, quando usado como tal, parece representar a idéia de vida eterna ou ressurreição. O significado de "Sangue de Ísis" é mais obscuro, mas o "tiet" muitas vezes foi usado como um amuleto funerário, confeccionado em madeira, pedra ou vidro, na cor vermelha, embora isso possa ser apenas uma simples descrição dos materiais utilizados.

A estrela Spica ("Alpha Virginis") e a constelação que modernamente corresponde aproximadamente à de Virgo, surge no firmamento acima do horizonte em uma época do ano associada à colheita de trigo e grãos e, desse modo, ficou associada a divindades da fertilidade, como Hathor. Ísis viria a ser associada a esses astros devido à posterior fusão de seus atributos com os de Hathor.
Ísis também assimilou atributos de Sopdet, personificação da estrela Sirius, uma vez que este astro, ascendendo no horizonte um pouco antes da cheia do rio Nilo, foi interpretado como uma fonte de fertilidade, como Hathor o havia sido também. Sopdet manteve um elemento de identidade distinto: uma vez que Sirius era visivelmente uma estrela, ou seja, não vivia no submundo, o que poderia ter conflitado com a representação de Ísis como esposa de Osíris, senhor do submundo.
Provavelmente devido à equiparação com as deusas Afrodite e Vênus, durante o período greco-romano, a rosa foi usada em seu culto. A procura de rosas por todo o império tornou a sua produção em uma importante indústria.

Na arte, Ísis foi originalmente retratada como uma mulher com um vestido longo e coroada com o hieróglifo que significava "trono". Por vezes foi descrita como portadora de um lótus ("Nymphaea caerulea"), ou como um sicômoro ("Ficus sycomorus"). A faraó, Hatshepsut, foi retratada em seu túmulo sendo amamentada por um sicômoro que tinha um seio.

Após ter assimilado muitos dos papéis da deusa Hathor, a cobertura de cabeça de Ísis passa a ser a de Hathor: os cornos de uma vaca, com o disco solar inscrito entre eles. Às vezes, também foi representada como uma vaca, ou uma cabeça de vaca. Normalmente, porém, era retratada com o seu filho pequeno, Hórus (o faraó), com uma coroa e um abutre. Ocasionalmente, foi representada ou como um abutre pairando sobre o corpo de Osíris, ou com o Osíris morto em seu colo enquanto por artes mágicas o trazia de volta à vida.
Na maioria das vezes Ísis é retratada segurando apenas o símbolo Ankh com um pequeno grupo de acompanhantes, mas no período final de sua história, as imagens mostram-na, por vezes, com itens geralmente associados apenas a Hathor: o sistromenat". No "The Book of Coming Forth By Day" Ísis está representada de pé sobre a proa da Barca Solar, com os braços estendidos.[1] sagrado e o colar símbolo de fertilidade "
Após a conquista do Egito por Alexandre o Grande o culto de Ísis difundiu-se através do mundo greco-romano..[12] No período helenístico Ísis adquiriu uma nova posição como deusa dominante no mundo mediterrânico.
A deusa protetora de Cleópatra era Ísis, e durante o seu reinado acreditou-se que ela era a reencarnação e incorporação da deusa da sabedoria.

Plutarco, um sábio da Grécia antiga, que viveu entre 46 a.C. e 120, é autor de "Ísis e Osíris",[16] considerada uma das principais fontes sobre os mitos tardios sobre Ísis.[17]ela é tanto sábia quanto amante da sabedoria; como o seu nome parece denotar que, mais do que qualquer outro, o saber e o conhecimento pertencem a ela." e que o santuário da deusa em Sais continha a inscrição "Eu sou tudo o que foi, é, e será, e meu véu nenhum mortal levantou até agora.".


Comentário: É impressionante a repercussão que Ísis (Auset) teve no mundo antigo, uma vez que seu culto não se limitou a um determinado território, espalhando-se por diversos pontos da Europa, Ásia e África. Quase dá pra traçar um paralelo com o cristianismo, isto é, com o modo como se espalhou por todo lado, e o que é melhor, sem a necessidade de que fosse imposta por meio de violência e coerção. 

   É uma Deusa para quem dedico muitas de minhas preces e sinto uma resposta incrível, um bem estar ímpar, quando o faço, uma vez que ela reata dentro de mim o necessário contato com a natureza e com os mistérios da magia, aqueles que a humanidade em sua maioria parece ter optado por ignorar.

   Só acho um absurdo as comparações de Ísis com a virgem Maria. Até certo ponto tudo bem, afinal o mundo de hoje parece ter herdado a necessidade de separar uma parte de sua veneração para Maria nas igrejas. Por outro lado, Ísis não era nenhuma virgem submissa a choramingar sua dor, mas uma força da natureza, da feminilidade em seu auge, da verdadeira magia.
 



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Ancestrais





   Essa parte do altar (direção oeste) é dedicada aos mortos. Os ancestrais da raça humana, dos animais e plantas. Os meus familiares primordiais enfim. Minhas oferendas serão sob a forma de relembranças. Pessoas, idéias e ideais que não podem jamais ser esquecidos.

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BOUDICA (ou BOADICÉIA):

   O texto abaixo foi retirado da Wikipedia e é um belo resumo sobre a trajetória desta lendária guerreira celta. Existem também documentários, livros, personagens de histórias em quadrinhos e mesmo um filme a seu respeito, basta pesquisar no google que não tem mistério. Abaixo de tudo, meu comentário.

O historiador Dião Cássio diz, sobre Boadicéia:

"Boadicéia era alta, terrível de olhar e abençoada com uma voz poderosa. Uma cascata de cabelos vermelhos alcançava seus joelhos; usava um colar dourado composto de ornamentos, uma veste multi-colorida e sobre esta um casaco grosso preso por um broche. Carregava uma lança comprida para assustar todos os que deitassem-lhe os olhos."
Cássio relata ainda que ela cometeu todo tipo de atrocidade em nome de uma deusa chamada Andraste, que seria a equivalente britânico de Vitória, deusa romana. O próprio nome de Boadicéia significa "vitória".[carece de fontes?]

Boadicéia era casada com o Rei dos icenos que havia feito um trato com os romanos tornando-se aliado de Roma, com a sua morte Boadicéia assumiu a liderança de seu povo, contudo, os romanos ignoraram o testamento e o procurador Cato Decianoicenos protestaram do abuso, na pessoa da sua Rainha viúva Boadicéia, Cato Deciano ordenou às suas tropas sufocar o protesto, e estas ultrapassaram-se no emprego da força, açoitando a rainha e violando as suas filhas. apropriou-se de toda a herança do rei falecido; quando os

Ela ficou revoltada com o tratamento dado pelos romanos e começou uma revolta, unindo os povos próximos da sua cidade para lutar pela libertação do julgo romano. Eles chegaram a tomar e massacrar algumas cidades que estavam sob controle do império romanos.

Depois de algumas perdas o exército romano se reorganizou e atraiu os rebeldes liderados por Boadicéia, em maior número, para um terreo adequado as táticas militares romanas, comandados pelo governador da Britânia, Caio Suetônio Paulino e conseguiu derrota-los. Esta revolta foi uma das mais violentas contra o império romano.

Boadicéia (português brasileiro) ou Boadiceia (português europeu) (AO 1990: Boadiceia) (também Boudica, Boudicca, Boadicea, Buduica e Bonduca) foi uma rainha celta que liderou os icenos, juntamente com outras tribos, como os trinovantes, em um levante contra as forças romanas que ocupavam a Grã-Bretanha em 60 ou 61 d.C. durante o reinado do imperador Nero. Estes eventos foram relatados por dois historiadores, Tácito (em seus Annales e Agrícola) e Dião Cássio (em sua História Romana).

Comentário: Por que não quero que ela seja esquecida e sim sempre brindada e relembrada? Motivos óbvios: Os Celtas foram os oprimidos, os perdedores, mas, ao menos por um momento, deram uma bela coça nos romanos! 

E graças à Boudica! SALVE!


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Mônica (Monquéi)

Lembro que quando era pequeno eu a chamava carinhosamente de Monquéi. O apelido de Biu que até hoje carrego ainda é pra mim um mistério quanto à sua origem. Só sei que minha memória mais antiga deste nome e que até hoje ecoa em mim, veio da boca de minha irmã, que retrucava me chamando de Biuzéi e até os dias atuais chegava a me chamar também carinhosamente desta forma. 
 
Não sei ao certo porque tudo isso me vem na mente agora, acho que é o poder dos nomes, coisa que se intensifica por ocasião da morte, bem como tudo mais. É o que os gregos chamam de Areté (excelência). O conjunto das melhores características que alguém pode carregar no decorrer das experiências da vida. Não me lembro direito qual filósofo dizia isso, mas me parece uma verdade intensa o fato de que quando se morre o areté cresce em poder e influência. Daí a necessidade dos heróis gregos agirem heróicamente, daí os gestos de coragem quase suicidas. A única forma de estarem vivos era através do exemplo que deixavam pra trás, o seu areté, o qual seria cantado e contado nas rodas, de boca em boca, sem limite de espaço e tempo. 
 
Sempre penso nesse conceito, de fato o acho fascinante. As vezes penso em vida após a morte e em reencarnação. Confesso que adoro tais conceitos e que quero muito que sejam verdade, mas não creio. Ainda são pra mim achismos e não verdades. Já o areté é um fato. Quando se morre o areté é a parte de nós que fica, tão imortal quanto a alma por tantas religiões idealizada como eterna, independente do corpo. 

Pois agora comprovo a veracidade do que estou falando. A princípio o que sentia era um vazio, uma bola de frio entre o peito e o estômago, um gosto amargo na boca e uma constante vontade de chorar. Agora é diferente, a medida que foram passando os dias e as lágrimas foram rolando, fui percebendo que minha irmã estava dentro de mim. Tem dias que a percebo em meu jeito de agir e falar. Minha alma absorveu a dela, literalmente. Penso que o mesmo ocorreu com toda minha família e com todos os que amam. Quando disse pra minha mãe que nós não a havíamos perdido mas ganhado dentro de nós, aquilo não havia sido uma frase de consolo, mesmo porque não acredito que palavras possam sequer oferecer algum alívio ou ajudar de algum modo. Aquela frase nasceu dentro de mim, numa epifania, uma iluminação. 
 
Foi só então que minha tristeza começou a se desfazer. Não por completo, jamais será por completo. Quando me lembro dela com carinho, envolto em algum silêncio repentino ou quando olho pra algo que me faça relembrar, é inevitável sentir uma saudade horrorosa, quando nem me esforço em segurar meu choro. Mas sentir que ela agora está dentro de mim me alivia imensamente e agradeço á Deusa por isso. Por outro lado, penso que se há uma vida após a morte ela com certeza detestaria ver a mim e minha família sofrendo tanto todos os dias por causa da saudade. 
 
Então me esforço em seguir em frente, e o sorriso dela, que ela dizia às vezes fazer-lhe doer a face de tanto que ria, ilumina tudo dentro de mim. Então sinto aquela bola de vazio sumindo e um impulso de fazer coisas boas me eleva adiante, como um vento que sopra pro alto. Foi assim que comecei a me recuperar dessa perda. Ou me acostumar, como me disse um amigo, com toda a razão. Dessas coisas não se recupera, acostuma.
 
Escuto Carlos Gardel com lágrimas nos olhos enquanto escrevo este texto. É que ela só dormia escutando tango, quando era um bebê e todos a chamavam Moniquinha. Agora é impossível, sempre que escuto tango tenho vontade de chorar, como se desse uma pausa no mundo pra homenagea-la, lembrando. E é com tristeza que penso nela envelhecendo ao meu lado, nas cervejas que tomaríamos juntos, nos passeios e nas festas, nas conversas que teríamos, que certamente seriam calorosos debates. Penso mais no que não vivemos juntos do que no que vivemos.
 
Sempre fui um pouco visionário, mas minha irmã sempre foi mais. Dos irmãos eu sempre fui o ômega, o caçula, mas ela sempre será o alpha, o primeiro fruto do amor de meus pais, que nos carregou a todos no colo e agora a gente carrega no peito dolorido ou no sorriso, quando expontâneo e solar. Tomara mesmo que exista um lugar maravilhoso, um palácio de sonho bem real onde você esteja se recuperando dessa mudança tão drástica pra todos nós, minha irmãzinha. Que existam amigos verdadeiros que a amem tanto ou mais do que a gente e que lhe façam companhia sempre mesmo!! E que aí exista alegria eterna, como a que você sentia quando nos deixou! E que a reencarnação seja uma verdade, pois assim um dia desses quem sabe a gente não renasce juntos pra viver uma nova aventura numa nova vida, né, Monquéi?
 
Desejo que seja verdade com tudo de mim, rezo pros meus Deuses pra que seja verdade! Mas se não for, saiba que dentro de mim existe tudo isso, com palácio e tudo. 

Dentro de mim tem um planeta inteiro só pra você, onde o tango ecoa e o perfume de flores coloridas e raras preenchem toda a atmosfera. Tudo isso e tudo mais ainda será pouco, mas será sempre seu espaço em mim. Espaço que jamais sumirá nem nunca poderá ser usurpado por nada ou ninguém. 
 
Só sei que agora somos um. Obrigado por fazer parte de mim, antes, agora, amanhã e sempre. Obrigado por existir com tanta força agora, como uma estrela que explode e ilumina o universo, onde a luz nunca parará de viajar pelo infinito. Obrigado por ser Moniquinha, Monquéi, Mônica. Por favor nunca vá embora...


 
Biuzéi


Comentário: Já havia feito o texto a 3 anos atrás, quando faleceu minha irmã. Apenas resolvi transpo-lo do outro blog para esse altar, acho mais apropriado. Aceita essas palavras minha irmã, foram feitas com carinho... Tudo de bom, agora e sempre!!!


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Deuses do Sul




   Este é o altar do quadrante sul e é dedicado a todos os Deuses e Deusas de nosso hemisfério. Seguindo o padrão do quadrante norte, farei minhas oferendas sob a forma de percepções íntimas que realcem a forma de minhas divindades favoritas na memória coletiva.

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Quetzalcoatl

   Deuses do Sul e devotos que vem colocar aqui a oferenda de sua atenção, acostumem-se pois no caso das pesquisas sempre usarei o Wikipedia (a não ser que encontre outras fontes melhores ou especiais, claro). Ao final, meu comentário:
 
Quetzalcóatl é uma deidade das culturas de Mesoamérica, em especial da cultura asteca, também venerada pelos toltecas e maias. É considerada por alguns pesquisadores como a principal dentro do panteão desta cultura pré-hispânica. Os astecas incorporaram esta deidade em sua chegada ao vale do México, no entanto modificaram seu culto, eliminando algumas partes, como a proibição dos sacrifícios humanos.

O nome de Quetzalcóatl é composto de duas palavras de origem náuatle: quetzal, que é uma ave de formosa plumagem que habita a selva centroamericana e cóatl, "serpente" e é usualmente traduzida como "Serpente Emplumada", "Pássaro Serpente", ou "Pássaro Serpente da Guerra"; Especula-se que a origem desta deidade provém da cultura olmeca, no entanto sua primeira aparição inequívoca ocorreu em Teotihuacan. A cultura teotihuacana dominou durante séculos o planalto mexicano. Sua influências culturais abarcaram grande parte da mesoamérica, incluindo as culturas maia, mixteca e tolteca. Os maias retomaram a Quetzalcóatl como Kukulkán.

Quetzalcoatl representa as energias telúricas que ascendem, daí a sua representação como uma serpente emplumada. Neste sentido, representa a vida, a abundância da vegetação, o alimento fisico e espiritual para o povo que a cultua ou o indivíduo que tenta uma ascese espiritual.
Posteriormente, passou a ser cultuado como deus representante do planeta Vênus, simultaneamente Estrela da Manhã e Estrela da noite, correspondendo, com o seu gêmeo Xolotl, à noção de morte e ressurreição. Deus do Vento e Senhor da Luz, era, por excelência, o deus dos sacerdotes.

Comentário: Deus dos Sacerdotes, das forças primais por trás de tudo, da ascenção para terras mais longinquas e transcendentais do mundo das idéias, degrais mais altos na escadaria da alma. Como sacerdote tuathano, tenho usado cada vêz mais o poder de Quetzalcoatl em meus rituais, deixando que ele me leve a estados de consciência alterados o suficiente para que eu possa ver além, mover forças para mais longe, estar acima de tudo no sentido de estar apto a superar o que for que se manifeste no círculo mágico. Não é a toa que Maias, Astecas e Toltecas tinham em comum a veneração pela Serpente Emplumada. Deus que deveria ser tão importante para o hemisfério sul quanto o foram no mundo antigo Ra para os egípcios e Zeus para os gregos.

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Pele

Na mitologia havaiana, Pele é a deusa do fogo, da luz, dos vulcões, da dança e da violência. Seus pais são os deuses Haumea e Kane Milohai. Ela vive no vulcão Kilauea.

Seu pai a exilou por causa de seu mau temperamento, mais recentemente por brigar com sua irmã mais velha, a deusa-água ka-lee-oo-maai (Namaka), a qual o marido de Pele seduziu. Ela viajou do Tahiti, numa canoa guiada pelo seu irmão, o deus-tubarao ka-moho-ali, seguida por sua irmã mais velha. Toda vez que ela desembarcava numa ilha e criava uma morada vulcânica, a irmã afundava. Finalmente a batalha final acabou perto de Hana, Maui, onde Pele venceu a deusa-água. As lendas dizem que os ossos desta, ainda se encontram numa montanha chamada Ka-iwi-o-Pele.
Depois dessa batalha ela encontrou novos inimigos, na deusa da neve Poliahu, que ela lutou contra no Manau Kena, e o deus da fertilidade Kamapua'a, que ela às vezes ama.

Pele é conhecida pelo seu temperamento violento, mas também por fazer visitas aos mortais, normalmente aparecendo como uma mulher alta, bonita e jovem ou como uma velha, feia e frágil. Por vezes está acompanhada de um cachorro branco que ela usa para testar as pessoas, perguntando se elas têm alguma comida ou bebida para dar. Aqueles que passam no teste por mostrar compaixão são poupados e recompensados. Entretanto aqueles que fazem o contrário e são crueis, desrespeitosos ou mesmo insensíveis são punidos tendo seus lares destruídos. Quando enraivecida ela aparece ou como uma mulher em chamas ou como chamas puras.

Ela gosta de danças sociais e é conhecida por ser muito ciumenta e vingativa quando não consegue o homem que quer. Histórias que envolvem Pele são comuns a volta da fogueira. Dizem que sua presença pode ser sentida perto do vulcão Kilauea, e que costuma amaldiçoar aqueles visitantes que levam do havai pedras vulcânicas.

Comentário: Sempre achei muito simpático o panteão havaiano, pois a impressão que se tem é que são todos espíritos elementais que o povo acabou por elevar á categoria de Deuses. É o caso de Pele que, como se pode notar pelo texto da Wikipedia, parece ser um poderoso elemental do vulcão Kilauea. Tamanho contato com manifestações humanas certamente podem ter lhe conferido mais personalidade. Seja como for, o fato de ser tida como violenta nada tem a ver com uma índole malevolente, mas sim com aquilo que caracteriza as chamas, a fúria de um vulcão em erupção ou com potencial para tal. Gosto disso nas divindades pré-cristãs antigas, sua moralidade é bem mais complexa do que o simplório rótulo de "bom" ou "mau". Afinal de contas, um vulcão é bom ou mal? Certamente nenhum dos dois, mas algo além de tais conceitos... 

Agora, pensando de forma mais utilitária, para que se invocar o poder da Deusa Pele nos dias de hoje? Aparentemente, a não ser que sejamos psicopatas incendiários, não parece haver motivo para reverencia-la. Mas na verdade não é bem assim. Primeiro que a destruição trazida por Pele nada tem a ver com maldade, mas com ciclos naturais complexos que ajudam a equilibrar a vida sobre a Terra (é o que os vulcões fazem). E segundo, o poder destruidor, que é algo necessário na vida de todos. Todos os dias precisamos destruir alguma coisa, abrindo caminho para novos florescimentos, quer seja um sentimento, uma idéia ultrapassada, um desafio etc. 

E mais, eu a invocaria para atingir algum inimigo com o maior prazer, principalmente se este inimigo estiver sendo responsável por parte considerável na destruição da natureza (o que é fácil de detectar, basta acompanhar os noticiários, fazer suas preces à Pele e dançar em seu nome para comemorar a "graça recebida" contra o inimigo). 

Aceita como oferenda esta referência em teu nome, poderosa Pele!


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