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ALTAR-BLOG onde oferendas-texto são feitas às 7 direções



Ancestrais





   Essa parte do altar (direção oeste) é dedicada aos mortos. Os ancestrais da raça humana, dos animais e plantas. Os meus familiares primordiais enfim. Minhas oferendas serão sob a forma de relembranças. Pessoas, idéias e ideais que não podem jamais ser esquecidos.

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BOUDICA (ou BOADICÉIA):

   O texto abaixo foi retirado da Wikipedia e é um belo resumo sobre a trajetória desta lendária guerreira celta. Existem também documentários, livros, personagens de histórias em quadrinhos e mesmo um filme a seu respeito, basta pesquisar no google que não tem mistério. Abaixo de tudo, meu comentário.

O historiador Dião Cássio diz, sobre Boadicéia:

"Boadicéia era alta, terrível de olhar e abençoada com uma voz poderosa. Uma cascata de cabelos vermelhos alcançava seus joelhos; usava um colar dourado composto de ornamentos, uma veste multi-colorida e sobre esta um casaco grosso preso por um broche. Carregava uma lança comprida para assustar todos os que deitassem-lhe os olhos."
Cássio relata ainda que ela cometeu todo tipo de atrocidade em nome de uma deusa chamada Andraste, que seria a equivalente britânico de Vitória, deusa romana. O próprio nome de Boadicéia significa "vitória".[carece de fontes?]

Boadicéia era casada com o Rei dos icenos que havia feito um trato com os romanos tornando-se aliado de Roma, com a sua morte Boadicéia assumiu a liderança de seu povo, contudo, os romanos ignoraram o testamento e o procurador Cato Decianoicenos protestaram do abuso, na pessoa da sua Rainha viúva Boadicéia, Cato Deciano ordenou às suas tropas sufocar o protesto, e estas ultrapassaram-se no emprego da força, açoitando a rainha e violando as suas filhas. apropriou-se de toda a herança do rei falecido; quando os

Ela ficou revoltada com o tratamento dado pelos romanos e começou uma revolta, unindo os povos próximos da sua cidade para lutar pela libertação do julgo romano. Eles chegaram a tomar e massacrar algumas cidades que estavam sob controle do império romanos.

Depois de algumas perdas o exército romano se reorganizou e atraiu os rebeldes liderados por Boadicéia, em maior número, para um terreo adequado as táticas militares romanas, comandados pelo governador da Britânia, Caio Suetônio Paulino e conseguiu derrota-los. Esta revolta foi uma das mais violentas contra o império romano.

Boadicéia (português brasileiro) ou Boadiceia (português europeu) (AO 1990: Boadiceia) (também Boudica, Boudicca, Boadicea, Buduica e Bonduca) foi uma rainha celta que liderou os icenos, juntamente com outras tribos, como os trinovantes, em um levante contra as forças romanas que ocupavam a Grã-Bretanha em 60 ou 61 d.C. durante o reinado do imperador Nero. Estes eventos foram relatados por dois historiadores, Tácito (em seus Annales e Agrícola) e Dião Cássio (em sua História Romana).

Comentário: Por que não quero que ela seja esquecida e sim sempre brindada e relembrada? Motivos óbvios: Os Celtas foram os oprimidos, os perdedores, mas, ao menos por um momento, deram uma bela coça nos romanos! 

E graças à Boudica! SALVE!


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Mônica (Monquéi)

Lembro que quando era pequeno eu a chamava carinhosamente de Monquéi. O apelido de Biu que até hoje carrego ainda é pra mim um mistério quanto à sua origem. Só sei que minha memória mais antiga deste nome e que até hoje ecoa em mim, veio da boca de minha irmã, que retrucava me chamando de Biuzéi e até os dias atuais chegava a me chamar também carinhosamente desta forma. 
 
Não sei ao certo porque tudo isso me vem na mente agora, acho que é o poder dos nomes, coisa que se intensifica por ocasião da morte, bem como tudo mais. É o que os gregos chamam de Areté (excelência). O conjunto das melhores características que alguém pode carregar no decorrer das experiências da vida. Não me lembro direito qual filósofo dizia isso, mas me parece uma verdade intensa o fato de que quando se morre o areté cresce em poder e influência. Daí a necessidade dos heróis gregos agirem heróicamente, daí os gestos de coragem quase suicidas. A única forma de estarem vivos era através do exemplo que deixavam pra trás, o seu areté, o qual seria cantado e contado nas rodas, de boca em boca, sem limite de espaço e tempo. 
 
Sempre penso nesse conceito, de fato o acho fascinante. As vezes penso em vida após a morte e em reencarnação. Confesso que adoro tais conceitos e que quero muito que sejam verdade, mas não creio. Ainda são pra mim achismos e não verdades. Já o areté é um fato. Quando se morre o areté é a parte de nós que fica, tão imortal quanto a alma por tantas religiões idealizada como eterna, independente do corpo. 

Pois agora comprovo a veracidade do que estou falando. A princípio o que sentia era um vazio, uma bola de frio entre o peito e o estômago, um gosto amargo na boca e uma constante vontade de chorar. Agora é diferente, a medida que foram passando os dias e as lágrimas foram rolando, fui percebendo que minha irmã estava dentro de mim. Tem dias que a percebo em meu jeito de agir e falar. Minha alma absorveu a dela, literalmente. Penso que o mesmo ocorreu com toda minha família e com todos os que amam. Quando disse pra minha mãe que nós não a havíamos perdido mas ganhado dentro de nós, aquilo não havia sido uma frase de consolo, mesmo porque não acredito que palavras possam sequer oferecer algum alívio ou ajudar de algum modo. Aquela frase nasceu dentro de mim, numa epifania, uma iluminação. 
 
Foi só então que minha tristeza começou a se desfazer. Não por completo, jamais será por completo. Quando me lembro dela com carinho, envolto em algum silêncio repentino ou quando olho pra algo que me faça relembrar, é inevitável sentir uma saudade horrorosa, quando nem me esforço em segurar meu choro. Mas sentir que ela agora está dentro de mim me alivia imensamente e agradeço á Deusa por isso. Por outro lado, penso que se há uma vida após a morte ela com certeza detestaria ver a mim e minha família sofrendo tanto todos os dias por causa da saudade. 
 
Então me esforço em seguir em frente, e o sorriso dela, que ela dizia às vezes fazer-lhe doer a face de tanto que ria, ilumina tudo dentro de mim. Então sinto aquela bola de vazio sumindo e um impulso de fazer coisas boas me eleva adiante, como um vento que sopra pro alto. Foi assim que comecei a me recuperar dessa perda. Ou me acostumar, como me disse um amigo, com toda a razão. Dessas coisas não se recupera, acostuma.
 
Escuto Carlos Gardel com lágrimas nos olhos enquanto escrevo este texto. É que ela só dormia escutando tango, quando era um bebê e todos a chamavam Moniquinha. Agora é impossível, sempre que escuto tango tenho vontade de chorar, como se desse uma pausa no mundo pra homenagea-la, lembrando. E é com tristeza que penso nela envelhecendo ao meu lado, nas cervejas que tomaríamos juntos, nos passeios e nas festas, nas conversas que teríamos, que certamente seriam calorosos debates. Penso mais no que não vivemos juntos do que no que vivemos.
 
Sempre fui um pouco visionário, mas minha irmã sempre foi mais. Dos irmãos eu sempre fui o ômega, o caçula, mas ela sempre será o alpha, o primeiro fruto do amor de meus pais, que nos carregou a todos no colo e agora a gente carrega no peito dolorido ou no sorriso, quando expontâneo e solar. Tomara mesmo que exista um lugar maravilhoso, um palácio de sonho bem real onde você esteja se recuperando dessa mudança tão drástica pra todos nós, minha irmãzinha. Que existam amigos verdadeiros que a amem tanto ou mais do que a gente e que lhe façam companhia sempre mesmo!! E que aí exista alegria eterna, como a que você sentia quando nos deixou! E que a reencarnação seja uma verdade, pois assim um dia desses quem sabe a gente não renasce juntos pra viver uma nova aventura numa nova vida, né, Monquéi?
 
Desejo que seja verdade com tudo de mim, rezo pros meus Deuses pra que seja verdade! Mas se não for, saiba que dentro de mim existe tudo isso, com palácio e tudo. 

Dentro de mim tem um planeta inteiro só pra você, onde o tango ecoa e o perfume de flores coloridas e raras preenchem toda a atmosfera. Tudo isso e tudo mais ainda será pouco, mas será sempre seu espaço em mim. Espaço que jamais sumirá nem nunca poderá ser usurpado por nada ou ninguém. 
 
Só sei que agora somos um. Obrigado por fazer parte de mim, antes, agora, amanhã e sempre. Obrigado por existir com tanta força agora, como uma estrela que explode e ilumina o universo, onde a luz nunca parará de viajar pelo infinito. Obrigado por ser Moniquinha, Monquéi, Mônica. Por favor nunca vá embora...


 
Biuzéi


Comentário: Já havia feito o texto a 3 anos atrás, quando faleceu minha irmã. Apenas resolvi transpo-lo do outro blog para esse altar, acho mais apropriado. Aceita essas palavras minha irmã, foram feitas com carinho... Tudo de bom, agora e sempre!!!


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